quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Capoeira Angola

A Angola é o estilo mais próximo de como os negros escravos jogavam a Capoeira. Caracterizada por ser mais lenta, porém rápida, movimentos furtivos executados perto do solo, como em cima, ela enfatiza as tradições da Capoeira, que em sua raiz está ligada aos rituais afro-brasileiros, caracterizado pelo Candomblé, sua música é cadenciada, orgânica e ritualizada, e o correto é estar sempre acompanhada por uma bateria completa de 08 instrumentos.

A designação "Angola" aparece com os negros que vinham para o Brasil oriundos da África, embarcados no Porto de Luanda que, independente de sua origem, eram designados na chegada ao Brasil de "Negros de Angola", vide ABC da Capoeira Angola escrito pelo Mestre Noronha quando ele cita o Centro de Capoeira Angola Conceição da Praia, criado pela nata da capoeiragem baiana no início dos anos 1920. Mestre Pastinha (Vicente Ferrera Pastinha) foi o grande ícone do estilo. Grande defensor da preservação da Capoeira Angola, inaugurou em 23 de fevereiro de 1941 o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA). Dos ensinamentos do Mestre Pastinha foram formados grandes mestres da capoeira Angola, dentre outros que continuam transmitindo seus conhecimentos para os novos angoleiros.

É comum a primeira vista ver o jogo de Angola como não perigoso ou não elaborado, contudo o jogo Angola se assemelha ao xadrez pela complexidade dos elementos envolvidos, características como sutileza, o subterfúgio, a dissimulação, a teatralização, a mandinga e/ou mesmo a brincadeira para superar o oponente. Um jogo de Angola pode ser tão ou mais perigoso do que um jogo de Regional.

Capoeira Regional

A capoeira regional foi criada por Mestre Bimba (Manuel dos Reis Machado, 1899-1974). Ele criou sequências de ensino e metodizou o ensino de capoeira. Inicialmente, Bimba chamou sua capoeira de "Luta regional baiana", de onde surgiu o nome regional.

Manoel dos Reis Machado, conhecido por ser um habilidoso lutador nos ringues, e inclusive, ser um exímio praticante da capoeira Angola, procurou fazer com que a capoeira tivesse uma maior força como luta e fez isto incorporando a ela novos golpes. Um fato que é conhecido, é de que Bimba teria incorporado golpes do Batuque, uma luta já extinta, que era rica em golpes traumáticos e desequilibrantes. Inclusive, sabe-se que o pai de Mestre Bimba era praticante desta luta.

A Regional surgiu por volta de 1930. Mas Mestre Bimba se preocupou não só em fazer com que a capoeira fosse reconhecida como luta, ele também criou o primeiro método de ensino da capoeira, as "sequências de ensino" que auxiliavam o aluno a desenvolver os movimentos fundamentais da capoeira.

Em 1932, foi fundada por Mestre Bimba a primeira academia de capoeira registrada oficialmente, em Salvador, com o nome de "Centro de Cultura Física e Capoeira Regional da Bahia".

Das muitas apresentações que Mestre Bimba fez, talvez a mais conhecida tenha sido a ocorrida em 1953, para o então presidente Getúlio Vargas, ocasião em que teria ouvido do presidente: "A capoeira é o único esporte verdadeiramente nacional."

Na academia de Mestre Bimba, a rigorosa disciplina que vigorava determinava três níveis hierárquicos: "calouro", "formado" e "formado especializado". Uma das maiores honras para um discípulo era poder jogar Iúna, isto é, jogar na roda de capoeira ao som do toque denominado Iúna, executado pelo berimbau. O jogo de Iúna tinha a função simbólica de promover a demarcação do grupo dos formados para o grupo dos calouros. A única peculiaridade técnica do jogo de Iúna em relação aos jogos realizados em outros momentos no ritual da roda de capoeira era a obrigatoriedade da aplicação de um golpe ligado no desenrolar do jogo, além do fato de destacar-se pela maior habilidade dos capoeiristas que o executavam. O jogo de Iúna era praticado apenas ao som do berimbau, sem palmas ou outros instrumentos o que reforçava seu caráter solene. Ao final de cada jogo, todos os participantes aplaudiam os capoeiristas que saíam da roda.

A Regional é mais recente, com elementos fortes de artes-marciais em seu jogo. A Regional (Luta Regional Baiana) tornou-se rapidamente popular, levando a Capoeira ao grande público e mudando a imagem do capoeirista tido no Brasil até então como um marginal. Seu jogo é mais rápido, mas também existem jogos mais lentos e compassados. Apesar do que muitos pensam, na capoeira regional não são utilizados saltos mortais, pois um dos fundamentos da capoeira regional, segundo Mestre Bimba é manter no mínimo uma base ao solo (um dos pés ou uma das mãos). O forte da capoeira regional são as quedas, rasteiras, cabeçadas.

Em toques rápidos como São Bento Grande da Regional se faz um jogo mais rápido, porém sempre com manobras de ataque e defesa (importante ressaltar que todos os golpes devem ter objetivo), mas sempre respeitando o camarada vencido (parar o golpe se perceber que ele machucará o parceiro, mostrando assim sua superioridade e humildade diante do camarada). Ambos os estilos são marcados pelo uso de dissimulação e subterfúgio - a famosa mandinga - e são bastante ativos no chão, sendo frequentes as rasteiras, pontapés, chapas e cabeçadas.

Jongo

Jongo é uma manifestação cultural essencialmente rural diretamente associada à cultura africana no Brasil e que influiu poderosamente na formação do Samba carioca, em especial, e da cultura popular brasileira como um todo.

Inserindo-se no âmbito das chamadas 'danças de umbigada' (sendo portanto aparentada com o 'Semba' ou 'Masemba' de Angola), o Jongo foi trazido para o Brasil por negros bantu, seqüestrados nos antigos reinos de Ndongo e do Kongo, na região compreendida hoje por boa parte do território da República de Angola.

Composto por música e dança características, animadas por poetas que se desafiam por meio da improvisação, ali, no momento, com cantigas ou pontos enigmáticos ('amarrados') , o Jongo tem, provavelmente, como uma de suas origens mais remotas (pelo menos no que diz respeito á estrutura dos pontos cantados) o tradicional jogo de adivinhas angolano, denominado Jinongonongo. Uma característica essencial da linguagem do Jongo é a utilização de símbolos que, além de manter o sentido cifrado, possuem função supostamente mágica, provocando, supostamente, fenômenos paranormais. Dentre os mais evidentes pode-se citar o fogo, com o qual são afinados os instrumentos; os tambores, que são consagrados e considerados como ancestrais da comunidade; a dança em círculos com um casal ao centro, que remete à fertilidade; sem esquecer, é claro, as ricas metáforas utilizadas pelos jongueiros para compor seus "pontos" e cujo sentido é inacessível para os não-iniciados.

Hoje em dia podem participar do Jongo homens e mulheres, mas esta participação, em sua forma original era rigorosamente restrita aos iniciados ou mais experientes da comunidade. Este fator relaciona-se a normas éticas e sociais bastante comuns em diversas outras sociedades tradicionais - como as indígenas americanas - baseadas no respeito e obediência a um conselho de indivíduos 'mais velhos' e no 'culto aos ancestrais'.

O Jongo tem varias variações, e a mais difundida dentro da ABADÁ-Capoeira é a do Jongo da Serrinha

Samba de Roda

Samba de roda é uma variante musical mais primitiva do samba, originário do estado brasileiro da Bahia, provavelmente no século XIX.

O samba de roda é um estilo musical tradicional afro-brasileiro, associado a uma dança que por sua vez está associada à capoeira. É tocado por um conjunto de pandeiro, atabaque, berimbau, viola e chocalho, acompanhado principalmente por canto e palmas.

O Samba de Roda no Recôncavo Baiano, é uma mistura de música, dança, poesia e festa. Presente em todo o estado da Bahia, o samba é praticado, principalmente, na região do Recôncavo. Mas o ritmo se espalhou por várias partes do país, sobretudo Pernambuco e Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro, já na sua condição de Distrito Federal, se tornou conhecido como a capital mundial do samba brasileiro, porque foi nesta cidade onde o samba se evoluiu, adquiriu sua diversidade artística e estabeleceu, na zona urbana, como um movimento de inegável valor social, como um meio dos negros enfrentarem a perseguição policial e a rejeição social, que via nas manifestações culturais negras uma suposta violação dos valores morais, atribuindo a elas desde a simples algazarra até a supostos rituais demoníacos, imagem distorcida que os racistas atribuíram ao candomblé, que na verdade era a expressão religiosa dos povos negros, de inegável importância para seu povo.

O samba teria surgido por inspiração sobretudo de um ritmo africano, o semba, e teria sido formado a partir de referências dos mais diversos ritmos tribais africanos. Note-se que a diversidade cultural, mesmo dentro da raça negra no Brasil, era bastante notável, porque os senhores de escravos escolhiam aleatoriamente seus indivíduos, e isso tanto fez separarem tipos africanos afins, pertencentes a uma mesma tribo, quanto fez juntarem tipos africanos diferentes, alguns ligados a tribos que eram hostis em seu continente original. Isso transformou seriamente o ambiente social dos negros, não bastasse o novo lugar onde passariam a viver, e isso influenciou decisivamente na originalidade da formação do samba brasileiro, com a criação de formas musicais dentro de um diferente e diverso contexto social. O Samba de roda também é muito semelhante com o jongo .


Puxada de Rede

Puxada de rede
Uma manifestação representando a pesca do xaréu (peixe de grande porte que pode chegar a 25 kilos) comum em boa parte do litoral brasileiro. Antigamente a pesca era feita com redes de arrasto, uma técnica que exigia muito fisicamente do pescador, tornando esta prática muito perigosa.

A Puxada de Rede representa não só a relação que o pescador tem com o mar, onde ele praticamente vive toda a sua vida, mas com a sua família e com a sua religiosidade, em especial com Iemanjá que no sicretismo é a santa católica Nossa Senhora dos Navegantes. Na cadência do atabaque, cantigas contando histórias de pescadores, pedindo por uma boa pesca, uma viagem tranquila e por uma volta segura, são cantadas enquanto a rede de arrasto é trazida de volta a praia.

Maculelê

Maculelê - tipo de dança, bailado, que se exibe na festa de Nossa Senhora da Purificação, na cidade de Santo Amaro, Bahia. Acredita-se ter evoluído do cucumbi, um antigo folguedo (festas populares de espírito lúdico que se realizam anualmente, em datas determinadas, em diversas regiões do Brasil) de negros, até tornar-se um misto de dança e jogo de bastões, chamados grimas (esgrimas), com os quais os participantes desferem e aparam golpes. Num grau maior de dificuldade e ousadia, pode-se dançar com facões em lugar de bastões.

Há quem diga que o Maculelê surgiu em Santo Amaro da Purificação, entre os negros de engenho, numa forma de mostrar a luta dos escravos contra o feitor. Outros acreditam que Maculelê era um negro fugido que tinha doença de pele. Ele foi acolhido por uma tribo indígena e cuidado por eles, mas ainda assim não podia realizar todas as atividades com o grupo, por não ser um índio também.

Certa vez, Maculelê foi deixado sozinho na aldeia, quando a tribo saiu para caçar. E eis que uma tribo rival aparece para dominar o espaço.

Maculelê lutou sozinho contra o grupo rival e, heroicamente, venceu a disputa. Desde então passou a ser considerado um herói na tribo.

A dança com bastões simboliza a luta de Maculelê contra os guerreiros.

Foi Popó do Maculelê o responsável pela sua divulgação, formando um modesto grupo com seus filhos, netos e outros negros da Rua da Linha, e se apresentava no dia 2 de Fevereiro, na festa da Padroeira de Santo Amaro, Nossa Senhora da Purificação.

Popó era condutor do trólei puxado a burros, no tempo que ainda existia o vapor (linha regular de navios de Santo Amaro a Salvador).

Nesse tempo a cidade era servida por uma linha de bondes puxados a burros, que se chamava Trilhos Urbanos, que durante muito tempo foi uma marca curiosa dessa cidade, extinta no final da década de 50.

Segundo Popó, o Maculelê era praticado anteriormente por Negros Malês.

Maculelê Ecológico
A muitos anos a ABADÁ-CAPOEIRA esta engajada em difundir a idéa de vida sustentavel e corretamente ecológica, percebeu se que cortar a madeira só para fazer o bastão de Maculelê era uma maneira errada de usa la, então ele melhor dar outros usos primeiro a madeira, como para instrumentos, e caso ela não servisse mais para estes usos, ai sim ela seria usada como bastão.

"Não existe madeira que não presta, cada madeira tem a sua utilidade e
é preciso saber como fazer bom uso dela sem desperdiça la."
Mestre Camisa

Então uma forma mais ecológica foi desenvolvida para minimizar o gasto de madeiracom os bastões, ao invez de usar os bastões de madeira, usar garrafas pet, que estão em todo lugar, precisam ser reutilizadas de alguma forma, são ótimas para encinar crianças e iniciantes, já que elas não oferecem tanto risco de machucar como os bastões, e assim diminuindo o numero de bastões usados ao mínimo, apelas para apresentações.
 
 

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Treinamento Funcional aplicado na Capoeira

O Lançamento do livro ``Treinamento Funcional aplicado na Capoeira`` irá ocorrer durante o 8° Jogos Mundiais  2011 .

Aproveite para adquirir o seu .


                Autor: LUIZ EUGÊNIO CASTANHO DE ALMEIDA- Professor Cavalo

8° Jogos Mundiais e 9° Festival Internacional da Arte Capoeira

           Vem ai o 8° Jogos Mundiais e 9° Festiva Internacional da Arte Capoeira


                                          de 16 a 21 de Agosto de 2011


                                            Vai ser um Grande Evento 

                                            Preparem-se Capoeiristas.





                                        JOGOS MUNDIAIS NO RIO DE JANEIRO
                                        ESPERANDO VOCÊ DE BRAÇOS ABERTOS

                             Em breve a programação completa estará aqui aguardem...

Festival Internacional -Mestre Nagô -Agosto de 2011


Capoeira também é Dança!
DanceBrazil
Vou colocar aqui um post retirado do blog Capoeira de Vênus. Não vou falar nada sobre o post, apenas leiam, olhem. Eu achei simplesmente genial!!!

"Uma vez me disseram que capoeira não é dança. É apenas luta disfarçada em dança. É sem dúvida uma afirmação com fundamento, já que foi a necessidade de disfarçar que incorporou a dança e a música à capoeira. Mas, agora, tem como separar?

Mas o triste mesmo é que a pessoa que fez essa afirmação, a fez com um sorriso triunfante de quem se livra de algo que está atrapalhando. Como se a face "dança" da capoeira desvalorizasse a face "luta".

Encontrei o vídeo abaixo, do grupo nova-iorquino DanceBrazil, e trouxe aqui para mostrar duas coisas:

1- O potencial de dança que a capoeira tem;

2- O valor que a dança, assim como os demais elementos, agrega à capoeira.

Espero que gostem."


DanceBrazil from Tiba on Vimeo.

Fonte: Capoeira de Vênus